Não vou chover no molhado.
Todo o Brasil viu o atropelamento em massa cometido por mais um motorista “esquentadinho” na José do Patrocínio em Porto Alegre.
O Impressionante é que isso ocorre quase diariamente conosco, ciclistas rotineiros.
Eu ando parado, mas houve um tempo em que eu andava todo o dia pela cidade. Nesta minha rotina (um dos períodos mais saudáveis da minha vida), eu pude perceber a falta de conhecimento e impaciência dos motoristas com relação aos praticantes do esporte e utilizadores deste meio de transporte fantástico.

Foram várias vezes nas quais eu precisei subir na calçada para escapar de um atropelamento certo. Mesmo utilizando refletores iluminados na bicicleta, todo o equipamento de proteção e seguindo as regras de trânsito.
Motoristas experiêntes acabam sendo os piores. Principalmente taxistas e motoristas de ônibus. Acham que tem o monopólio do trânsito. Não é incomum sermos chingados de “tranca-rua” e outras coisas muito piores.
O impressionante é que eu sempre utilizo a faixa da direita, bem próximo a calçada, e em 90% das situações existe passagem pela minha esquerda. O motorista “irritado”, simplesmente prefere chingar à desviar 50 centimetros para a esquerda. Alguns tocam por cima e fazem com que seja necessário a invasão da calçada.
Outros ainda dobram a direita encima do ciclista, que precisa parar abruptamente para impedir a colisão

Ocorrências como esta são comuns, retratos de um trânsito em constante crescimento, de motoristas pouco instruídos e de uma legislação feita para veículos automotores e não para pedestres.
É impressionante observar, que Porto Alegre, mesmo sendo uma das capitais mais arborizadas, com várias vias planas e grandes possibilidades para ser um modelo em sustentabilidade. Uma cidade que já foi sede de fóruns internacionais sobre política e cidadania, com notável desenvolvimento cultural  e com uma consciência ecológica evoluída seja palco de um acontecimento tão brutal.

Infelizmente a nossa sociedade não é proativa, aprendemos através dos erros.
Talvez a partir de agora sejam feitas novas regras para ciclistas (assim como existem motoristas ruins, existem ciclistas ruins) e que as existentes sejam divulgadas de forma a atingir toda a comunidade.

Sugiro alguns pontos chave:

• Sinalização para ciclistas nas vias públicas (Não só ao redor dos parques).
• Utilização obrigatória de equipamento especial para a prática da atividade nas vias públicas (seria facultativo em parques).
• Normas para transporte de bicicletas em Onibus Intermunicipais (é uma novela levar a bike pra praia).
• Áreas para estacionamento nos principais pontos de circulação da capital (com alguma segurança, similar ao que está sendo construído no mercado público).
• A confecção de uma cartilha com as regras existentes para ciclistas, a ser distribuída pelos grupos de ciclismo e escolas de direção (tanto para ciclistas como para motoristas).
• Punição clara, tanto para ciclistas, quanto para motoristas que desrespeitam as regras.
• Alguém na EPTC que possa atender as reclamações dos ciclistas e que entenda realmente do assunto (Os ciclistas geralmente não tem a quem recorrer quando ocorre dano em sua bicicleta causado por faltas no trânsito)

Não conheço a legislação aplicada a outros países, mas seria bom que os vereadores fizessem seu trabalho e consultassem outras cidades que possuem modelos bem aplicados de convivência entre ciclistas e motoristas.

Bom, fica a crítica… Aguardemos os resultados…
Ainda bem que ninguém morreu.. Espero que não sejam necessários mais acidentes como este para que ocorra alguma coisa.

Participem da caminhada (fonte Massa Crítica):

Terça-feira, dia 01/03, às 18h30 no Largo Zumbi dos Palmares (Largo da EPATUR).

Outros Blogs, Comentários e Críticas:
http://massacriticapoa.wordpress.com/2011/02/28/branco-pela-tolerancia-e-respeito/
Blog do Tas
Ultimo Segundo – Ig – Matéria sobre os comentários do Motorista