O Dia do Fim do Mundo!

Dudi estava sentado em sua cama.
Seus ratinhos brincavam no balcão enquanto ele os observava.
Os nomes deles são Tempo e Mancha.. O Tempo é ágil, vive dando voltas e adora novidades.
O Mancha é mais parado, tem medo de tudo.
Dudi olhava os bichinhos e pensava… Este mundo está difícil… Não sei mais o que fazer… Estou cansado.

Nesta mesma semana, ele havia trabalhado muito. Hoje mesmo havia caminhado bastante e observado muitas coisas diferentes.
Caminhou na Redenção para ir até um cliente… No cliente, viu pessoas com caras amarradas enquanto tentava resolver os seus problemas.
Pensava que as pessoas hoje em dia vivem com carrancas de preocupação. Qualquer dificuldade é sinônimo de uma desculpa para ficar com aquelas caras amarradas.
No ponto de vista dele, as pessoas precisam se comunicar. Como as pessoas não podem conversar livremente sobre seus problemas mais profundos, elas acabam criando problemas pequenos para ter coisas pra conversar.
Ai elas dizem que cada coisa deveria estar no seu lugar e que não estão.
Não sei se elas sabem onde as coisasa realmente deveriam ficar ou se simplesmente trocam as coisas pra ter do que falar. 

Com os ratos não era assim tão complicado.
O Tempo, quando precisava reclamar, emitia uns ruidinhos, pareciam trinidos de pássaro.. Algo como um chiado de alerta! O Mancha, quando ouvia os trinidos do Tempo, ficava quietinho na dele… Se escondia embaixo dos seus cobertores de trapos e esperava o outro ficar quieto…. Alguns minutos depois, vinha se aconchegando no amigo, pedindo desculpas silenciosas por uma dor que ele não havia causado…  O Tempo, irritado, em um primeiro momento ficava alerta! Depois acabava relaxando e aceitava o carinho do amigo… Depois de uma boa soneca os dois acordam bocejando e continuam fazendo as cosias que os ratos fazem…

Na volta do trabalho, Dudi havia voltado pelo mesmo caminho.
As pessoas no ônibus pareciam ocupadas mexendo nos seus telefones celulares.
Uma menina de preto arrumava ansiosamente seus cabelos pesados e mexia furiosamente em um pequeno tocador de músca.
Desses que um povo do outro lado do mundo faz em grande quantidade.

Descendo novamente na redenção e observando atentamente, viu várias pessoas caminhando com seus cachorros. Algumas delas estavam felizes, outras aparentavam a mesma preocupação dos clientes.
Existia um homem que segurava um jornal ansioso… circulava anuncios com uma caneta velha e resmungava..

Foi quando Dudi viu aquele clarão! Correu pra casa assustado!
Na  correria pela autopreservação pode observar pelo canto do olho um risco brilhante no céu. Tão brilhante que ofuscava o sol!
Chegando em casa, pegou seus dois ratos e colocou embaixo da camisa. Fechou rapido as janelas e portas e se escondeu dentro de um balcão pesado
Ouviu um estrondo imenso!
Os ratos corriam e guinchavam com medo da mudança, mas Dudi permanecia quieto bem escondido.. Tentou arrumar os pequenos em um local confortável dentro de sua roupa e buscou acalma-los fazendo carinho nos seus pescoços.
Da rua ele ouvia o grito das pessoas… A terra tremia, ouvia barulhos de coisas caindo, de carros batendo… Estava com muito medo. Naquela tensão ele permaneceu por algumas horas…
Depois de um tempo, abriu as portas do balcão.
Silêncio… Sua casa estava quase intacta.. Como se nada houvesse ocorrido lá fora. Colocou os animaizinhos na sua casa balcão e sentou-se na cama.
Dudi pensava… E agora? O Mundo acabou… O que eu faço?

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