Sobre São Paulo – Mundo Gay
São Paulo.
Uma terra de contrastes extremos, assustadores e muito pouco lógicos.
Foco no público Gay. O mundo corporativo daqui é perfeito e eu ainda vou escrever um post só sobre isso.
Em primeiro lugar, tenho a certeza de que talvez minha visão das coisas esteja um tanto quanto deturpada ou fora da realidade, já que cada pessoa tem uma impressão muito diferente das coisas e eu conheço muito pouco para falar com propriedade.
Mas, esta é a minnha opinião sobre estes dias e meu blog é o melhor lugar para que eu possa falar o que penso. Leia quem quiser ler
Vejo meus amigos baladeiros dizendo que esta é a melhor cidade pra festas. Realmente. As festas aqui são fora do comum e impressionantes. Fui nos 3 níveis conhecidos de festa. Festas Top, médias, e inferninhos.
Obvio que não conheci todas as festas de cada categoria, existe muitas coisas por aqui e muitas opções de lazer para o público gay.
Festas TOP – Bubu
Faltou a The Week, que seria o supra sumo do TOP, mas pelas informações que eu obtive o público é mais ou menos o mesmo.
Bom, música ótima, localização ótima, atendimento ótimo e público totalmente fora das expectativas.
Não digo expectativas físicas, na verdade vi alguns dos caras mais bonitos em toda a minha vida. E também, vi os mais drogados, anabolizads, cheirados, da bala e do doce que eu tive a oportunidade de observar.
As pessoas chegam tentando se exibir ao máximo, cada um com um corpo mais sarado e mais “gostoso”, existem pessoas que entram na festa e a primeira coisa que fazem é tirar a camiseta para se mostrar.
Circulando pelo lugar da pra perceber 2 tipos de público, Paulistanos Top Típicos e pessoas de fora.
Eu era das pessoas de fora, portanto os Paulistanos Top Tipicos (que vou chamar de PTT) ficam meio doidos pra experimentar carne nova.
Esquisito como os PTT se comportam. Primeiro eles se mostram, depois vão pro banheiro cheirar um pó e depois tentam de qualquer forma ficar contigo.
Se tu recusa, dentro de alguns minutos eles estão pegando outro PTT conhecido ou algum de fora.
Interessante também são os papos. Me senti em uma rede de relacionamentos tipo Manhunt, Grinder ou sei la
.Primeiro perguntam se tu é daqui (meu sotaque gaucho forçava esta pergunta) depois perguntavam se eu queria ficar com eles, eu desenrolava, ai eles tinham um surto psicotico e começavam a mostrar a barriga, o peito e os bíceps através de gestos ridículos e super estimados. Se eu dava uma conversada, já iam perguntando se eu tinha lugar pra fuder. Impressionante como o sexo é fácil nesta cidade. É a coisa mais fácil do mundo.
Bom Nesta festa eu me diverti bastante ri muito, observei os PTT ridículos se exibindo e quse se “comendo” nos cantos da boate. .
Festas Medias, fui no bar da Loca e no Netão.
Ambos os lugares com pessoas como as que encontro normalmente em Porto Alegre.
Gente de bem, muitos afeminados, muitos homens mais velhos e alguns perdidos e visitantes.
As pessoas bebem muito, bebem mais barato e se enfiam nas festas.
No Netão, que foi o lugar que eu mais fiquei, além de ser de graça pra entrar (ou seja, os tipos mais esquisitos) também foi o lugar mais apertado que já vi na vida. Muito complicado de dançar na pista ou de ficar mais de 10 minutos lá dentro.
Não ganha nem perde nada pra qualquer festa de Porto Alegre, tanto pelo público quanto pelo ambiente.
Verdade que conheci pessoas legais e dei muitas risadas com os conhecidos.
Vi gente de Porto Alegre por lá também.Foi divertido e valeu a pena.
Fui também na Danger Dance Club
Lugarzinho PODRE!!!!!!
Uma fila imensa, uma traveca feia recebendo as pessoas. Sem área para fumantes, um lugar quente, imenso (Do tamanho do cine, um pouco maior) e superlotado..
Da pra perceber que quem vai lá são as “bombadinhas da bubu em construção” porque adoram se mostrar e ainda não tem os corpos dos bombados.
Inclusive vi alguns dos caras que estavam atacando no Netão e na Bubu.
A música era típica, nada muito bom. O Show das drags era típico, nada de especial também.
O banheiro tinha uma fila de umas 15 pessoas SEMPRE, ou seja, 20 minutos pra mijar. Os gogos salvaram a noite, caras bonitos, inclusive um conhecido meu da noite de Porto Alegre.
Tem que andar com a mão no bolso pra evitar de ser roubado. Uma hora quase rachei o braço de um, o cara simplesmente tava passando e meteu a mão direitinho no meu bolso, treinado… Como não sou bobo dei uma cotovelada forte nos peitos da bicha e agarrei o braço dela com força.. Ela disse desculpa e saiu de fininho… Pior que depois eu não consegui curtir a festa, fiquei o tempo todo cuidando pra ver se não iam me roubar.
Lá também tem uma Dark… Fiquei assustado com o que eu vi la dentro. Assustado não é bem o termo, fiquei apavorado!!! Não é bem “Dark” porque existe um monitor passando um filme pornográfico (como se precisasse de filme), então é tudo na base da meia luz.
MUITA gente, mas digo mais de 100 pessoas se pegando. Tinha uns tipos nas paredes e os circulantes que agarravam em todo o mundo. As pessoas se pegavam aos bolos de 3 ou 4 e quando chegava um, simplesmente puxava a “bunda” do mais próximo e metia. Sexo totalmente impessoal e gratuíto. Da muito medo de chegar perto dos tipos, porque se vê cada um, desde os bombados PTT metidos a gostosos até umas bichinhas feiosas esquálidas que pareciam sair de um filme do zé do caixão. Como não tem área de fumantes, as bichas fumavam lá dentro, ou seja, além daquele cheiro de suor misturado com odores muito menos convidativos tinha uma tenebrosa névoa de nicotina pelo ar.
Minha passada por esta sala durou menos de 5 minutos, o suficiente para dar uma espiada e conseguir sair correndo. Valeu pela experiência, mas vi coisas que eu não precisava ver.
Ou seja, se for a São Paulo, PASSA LONGE!!! Não vale nem pela diversão, porque é capaz de tu sair sem nada lá de dentro e se quiser ver shows de gogoboys bonitos, vai no Indiscretus ou na Eróticos que tem caras mais bonitos do que os de lá.
Visão geral sobre a cidade
O desapego é inacreditável, todos e todas são fáceis. Todos querem te “experimentar”, tudo é possível.
Claro, não pode fumar dentro da festa, mas da pra beber até vomitar pelos cantos (Bubu e Danger) e cheirar até ser carregado com taquicardia pra fora (A Loca, Bubu, Danger, Netão), ou usar bala e doce até pirar e agarrar qualquer um que estiver pela frente ou trepar com o primeiro que aparecer.
Deu pra perceber a idiotice dos tipos desta cidade, existe uma névoa, um campo de força entre todas as pessoas que não fazem com que se aproximem. O máximo que ocorre é sexo. Acho que por isso que é tão facil de conseguir, uma coisa compensa a outra.
As pessoas são flexíveis até certo ponto. Tem idéias pré concebidas sobre todos os assuntos e estão pouco abertas ao diálogo. Penso que isso existe por terem tantas facilidades. Na verdade existe tribo pra tudo, até para emos que gostam de rock mas não gostam de rock feito nos anos 70. Ou seja, se tu tens alguma dificuldade em encontrar similares, São Paulo é o lugar.
Isso também dificulta a troca de experiências entre os vários tipos existentes, ou seja, cada grupo vive no seu mundinho fechado.
A cidade é fácil de circular e a criminalidade parece ser a mesma de Porto Alegre. É só observar com atenção e nunca andar sozinho na rua.
A música das festas é, de uma maneira geral, muito melhor do que a daqui. Umas seleções muito boas, combinações divertidas e Djs antenados com o que o público quer ouvir naquele momento.
As pessoas são como as daqui, exceto que existem tipos mais bonitos e mais feios, os bonitos se aproximam e os feios também, portanto dependendo da casa e do espaço tu vais ver gente linda ou horrorosa.
As festas são bem caras. Da pra gastar muita grana caso goste de beber ou precise usar taxi pra chegar aos locais.
Conclusão:
Um ótimo lugar pra se divertir, sabendo perceber a cidade e usando o bom senso. Um péssimo lugar pra fazer amigos (exceto os de fora e os novatos). Pra quem mora lá pode até ser fácil encontrar algum relacionamento sério porque existe MUITA gente, com certeza no meio disso tudo existe alguém interessado nisso, mas de um maneira geral, nas festas, o que rola é pegação e sexo casual.
Existe festa pra todos os gostos, tipos para todos os gostos e todos os encontros.
Vi muitas pessoas utilizando algum tipo de artifício para sair da realidade, seja bebida, drogas ou música (meu caso). Difícil ver alguém “de cara” afim de bater papo.
Não seria difícil me adaptar a este mundo, seria sem dúvida divertido e desafiador.
Sei que não conheci nem 10% do que a cidade oferece, mas foi bastante pra tirar uma média.
É um lugar fantástico, mas sempre, e em todos os lugares, o que vale a situação e as companias.
Não trocaria Porto Alegre por São Paulo em função das festas, trocaria pelo trabalho, dinheiro e lazer.
Conheço algumas pessoas que me disseram que não da pra conhecer uma noite de festa sem sair lá. Estão certos sobre alguns pontos, mas realmente, ao chegar em casa, o cansaço e as lembranças são as mesmas. Depende do espírito e humor de cada um. Da pra fazer uma festa fantástica na Refugius ou no Ocidente. Festas tão boas e tão divertidas como as que vi por lá.
Como disse no início do post, tem gente que vai me crucificar por isso, mas o mundo das baladas é igual em todos os lugares que eu fui. Não importa se o público é mais bonito ou diferente. O que levamos sempre serão as boas lembranças das pessoas que conhecemos.