Naiade – Concepção (0)
Percebeu a luz.
A luz ia e voltava. Ciclos diários;
Durante o período da luz, sentia-se agitada;
Movia seu corpo com facilidade, sua casa era perfeitamente redonda e exstia uma tensão nos seus movimentos. Como se estivesse rodeada por uma gelatina. Os limites da sua existência eram aquelas paredes resistentes que lhe envolviam por todos os lados.
Ela absorvia dia a dia aquele líquido espesso que a rodeava . Sentia felicidade a cada período de luz e sentia frio e tristeza na escuridão.
Aos poucos o líquido ao seu redor tornou-se menos denso. Ela corria e se divertia girando ao redor das paredes brancas. Entendia que aquele era seu mundo e era tudo o que existia.
Porém seu corpo foi perdendo a força. Não conseguia mais girar com a velocidade de antes. Sentia-se fraca.
O líquido tornou-se tão puro que não sustentava mais seu peso, ela passou os próximos dias no chão. Esperando que alguma coisa pudesse devolver a viscosidade, devolver a vida.
Um dia ela percebeu que iria desaparecer. Sua consciência foi apagando… Ela dormiu e nunca mais acordou.